domingo, 31 de janeiro de 2010

Suicídio de uma alma.

 Foi assim que ela morreu, sem palavras confortadoras, sem choro, sem um adeus apropriado. Morria naquele momento, toda uma perspectiva de vida, todos os sonhos e os melhores sentimentos estavam se esvaindo junto com palavras cruéis e odiosas que foram ditas contra ela.

 Era completamente esperado que ela se sentisse rejeitada, que quisesse a morte, mais ninguém acreditaria que ela fosse conseguir. O corpo estava intacto, cada mínimo defeito realçado pela falta de alma, as curvas estavam ainda mais largas, o sorriso a face não pertencia e lhe faltava cada vez mais o brilho da juventude.
A alma errante achou seu lugar, não era um hospedeiro, não era um paraíso muito menos o inferno, era um canto fétido e nitidamente inapropriado para alguém que em vida tanto já havia sofrido.
 O corpo entrava em decadência, ninguém entendia a falta de vontade para as festas, ninguém entendia o brilho dos olhos inexistentes, só o que sabiam é que ela estava viva, mas quem era ela? Apenas um corpo sem vida, sem alma, sem pensamentos próprios. Terrivelmente renegado, a vida o abandonara sem ter coragem o bastante para dar fim ao corpo.
 Parecia menos suicida, ir e deixar o corpo intacto. Poucos sabiam que parar morrer não é preciso um acidente, não é preciso nada alem da força de vontade, porém esta você só adquire diante de uma situação desesperadora, diante do digno momento em que morrer e a única e real solução para se transpor a dor.
 O corpo se rendia a falta de expectativa e de vontade já não era mais um motor para que os instintos de sobrevivência permanecessem ativos. Não se queria mais o coração batendo, apenas o descanso o eterno descanso de uma vida frustrante e inacabada.
 O bater do coração finalmente se silencio, impressionante mais alma também se sentiu mais leve, em segurança. Mesmo não pertencendo aquele corpo, ela parecia carregá-lo nas costas. Os mais íntimos poucos se importaram com a falência dos órgãos, já estava claro que aquela vida apenas respirava, já tinha deixado de suspirar a muito tempo... E o que é uma vida, sem suspiros?

sábado, 30 de janeiro de 2010

Toda sua.

 Sou somente uma criatura que busca o teu amor e a tua compreensão, de maneira tão exagerada que chega a ser vergonhosa, acabo por ofender-te sem o mínimo desejo disto. Não sei como agir quando minhas palavras são rudes e o teu orgulho ferido aumenta ainda mais o meu, não sei pedir perdão quando eu sei que isso aliviaria a dor que estou premeditada a sentir.
 As lagrimas vem aos montes embaçam meus olhos e me atormentam perante o meu destino ao teu lado. Sei que nunca lhe fiz bem, você muito menos me causou isso, não te culpo, o coração bobo e apaixonado aqui é o meu e não o seu.
 Se soubesse o quanto eu estou ferida e o quanto o considero mais do que deveria, quiçá colocaria um ponto final nessa historia que devidamente nunca começou pra você, foi apenas uma alusão minha, algo que eu fantasio todas as noites antes de dormir, com o seu desejo e o se amor apenas devotado a mim.
 O ciúme que eu tanto demonstro quem sabe agora depois destas rudes palavras irão lhe convir mais certo, não era apenas brincadeirinhas minhas, era real era doloroso, é a única coisa que eu não conseguia esconder de ti.
 Não odeie meus atos indiscretos e impensados, são atos de alguém que acima de tudo ama, que acima de tudo tem um coração eterno e apaixonado, platonicamente, é obvio mais nem por isso tem que ser desprezado..
 São com essas chulas palavras que termino de dizer tudo o que sinto por ti, quem sabe quando eu tiver a devida coragem de te mandar isso, eu já não seja assim tão tola e já esteja vivendo feliz, sozinha ou com alguém mais acessível, o talvez eu continue a mesma garota apaixonada, boba, e sempre, SEMPRE ao teu inteiro dispor.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Ralo abaixo.

Como foi a minha noite?

É fácil defini-la, junte uma garota solitária com o canto escuro e úmido de um banheiro.
Você está me enxergando? Sou eu ali, sentada no cantinho do banheiro, cabeça escorada no box, e as lágrimas misturadas com a água quente do chuveiro.
O vapor invade todo o espaço, meu dedo molhado, de algumas lágrimas persistentes, escreve teu nome junto ao meu e um coração os enlaça, é ridículo e infantil, exatamente como eu sou aos seus olhos.
10, 15, 30 minutos depois, ainda estou jogada no cantinho, as lágrimas já desceram pelo ralo, levou um pouco da minha angustia e medo, porém estou me sentindo mais só.
A água começa a esfriar, meu corpo protesta a mudança, sinto calafrios, meu coração está ficando pétreo e gelado.
Tento me levantar, é tão difícil, meu corpo está acostumado com a posição defensiva, uma maneira apenas humana do buraco onde estava meu coração não me romper em pequenos fragmentos.
Com muita luta fico em pé, preciso despertar da lamuria, pegar minhas armas, uma caneta e o papel, desabafar aqui me fará sentir melhor ou pelo menos viva.
Não consigo, nem esta simples batalha pessoal eu fui capaz de vencer, deixo a água mais quente. Meu corpo grita, não, os dedos a muito encolhidos, a pele avermelhada, irritada com o calor. Minha alma agradece e pede mais, é reconfortante, lembra o calor humano que nunca fui capaz de sentir.
Sinto a sujeira entremeada em meus cabelos, esfrego o já minguado sabonete neles, ele escapa das minhas mãos tremulas e junto com as lágrimas, vai pelo ralo. É indigno dizer que ele é verde e simboliza a esperança em mim mesmo, indo pelo ralo.
E assim foi minha noite, às quatro da manhã, sozinha e esvaindo pelo ralo.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Apenas escute.

Quando eu precisar de alguém, e falar que preciso desabafar

Apenas me escute.
Não faça perguntas sobre a situação,
Não diga que me entende,
Nem comece a falar sobre a mesma dor que já viveu.
Apenas me escute.
Não sussurre palavras de apoio,
Nem diga, eu te avisei,
Abra mão de julgamentos,
Feche a boca, me abrace e escute.
Escute cada palavra, cada sofrimento.
Não tente compreender, nem aceitar,
É a minha dor, você não sentirá o mesmo.
Eu só preciso de alguém que fique calado,
E quando as últimas lágrimas caírem,
Eu só quero um abraço, um olhar carinhoso e um adeus.





 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Um estranho conhecido.

Ali estava ele, bem a minha frente, não o homem quente e inapropriado que eu iria custear por algumas horas de prazer. Quem estava segurando a minha porta, com uma expressão que misturava terror, descrença e vergonha, era a minha maior fantasia da adolescência.


Eu não podia acreditar em meus olhos, o ser digno e com uma capacidade intelectual absurda, estava vendendo seu corpo para mulheres, como eu, sem vida própria.

Seus olhos fugiam da orbita, e o verde tantas vezes quente e sagaz, estavam frios e inexpressivos. A minha vergonha também vinha à tona, porém a disfarcei com mais sucesso que ele. Ele tentou escapar, mais eu o prendi, nunca tinha tido a chance de o sentir verdadeiramente, o desejo corroia a razão.

Implorei para que entrasse, ele disfarçando o arquejo do seu corpo perante a vontade de fugir de tamanha humilhação, e ainda com olhos marejados, aceitou o meu convite, à contra gosto, obvio, mais afinal eu estava pagando por isso.

O levei até a cozinha, fingindo um desembaraço, enquanto me movimentava pelo corredor inapropriadamente minúsculo, para o calor que revigorava daquele corpo másculo.

Já pressentindo que eu não iria desistir de seus serviços, ele resolveu agir da maneira mais recatada e coerente possível, apenas recitando meu nome, uma simples silaba pronunciada por uma voz que eu nunca antes havia escutado.

Clamei por mais, todos os meus sentidos alertas, a razão não reinava mais em mim. Senti seus olhos ainda tímidos vaguearem pelo meu corpo, relembrando as antigas curvas, tanto conhecida e desejada.

O mistéro e a vergonha ainda nos rondavam, porém ele conhecia seu trabalho e acima de tudo teria que cumpri-lo. Meio hesitante ele passou a mão pelos meus cabelos, me fazendo sentir cada pequeno fragmento do meu ser sendo eriçado, o arrepio atravessando meu corpo vagarosamente.

Não conhecia aquele desejo, era insano, imaturo, vergonhoso. Eu tinha tantas perguntas a fazer, tantas revelações para escutar, porém ao mesmo tempo havia uma eternidade de fantasias que apenas com ele eu tive capacidade de idealizar.

Entre o desejo carnal e a curiosidade mental, optei pelo instinto humano mais primitivo; chamei seu nome de maneira persuasiva e sensual, sem deixar chances para outras interpretações.

Ele veio já com sede, me puxando pelos quadris, aproximando nossos corpos de maneira doentia. Fez-me louca com apenas alguns toques, e quando sentiu o meu estado de completo estupor, sussurrou ao meu ouvido que faria o seu dever, sem sentimentos, sem recordações e sem perguntas. Não tive nem o que pensar e já estava a beijar aquela boca macia e saborosa, dando a ele a resposta que tanto temia.

Foi assim que toda sua vida e segredos tornaram um eterno mistério para mim. E essa foi nossa única noite juntos, sem interrupções, sem medos, embaraços ou palavras, apenas desejo, mútuo e ardente.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Sonhos de amor.

No momento em que eu te tocar
Vai ser igual os momentos dos meus sonhos
O teu beijo terá tanto amor, e tanto fervor.
Teus dedos percorrerá meu corpo,
de maneira sedutora e intima.
Será que o teu corpo estara quente?
e clamando por mim ?
E eu ficarei arrepiada, anestesiada do mais puro tesão
Será que o nosso desejo, vai ser o mesmo,
que encenamos ter por diversas noites?
A vontade será insana e sem hora para acabar?
No final, so uma pergunta atormeta minha sanidade
Você irá me amar da mesma forma?

Desejo.

Queria passar a mao em seu corpo...sentir que cada centímetro dele pertencia a mim, naquele momento.
Me delicia com a tua excitação e tuas exclamaçoes de desejo...
Sentir que a tua "fome" é insaciavel, e a minha é mais ainda.
Ter certeza que nossos corpos unidos, seria um momento de prazer único e inexplicavel..
E a você te direi o meu ultimo desejo...

  Me possua!

Perfeição.

Essa pose de estátua grega, nua, crua e pura. Incendeia a alma mais inocente e deixa transparecer a verdadeira libido dos indecentes.

Esse olhar questionador e de um verde tão profundo,que chega a provocar arrepios, naqueles que inequivocados os admira com mais presteza.

No auge do seu explendor, o que mais encanta são os braços, onde veias vem a saltar, destacando toda a sua masculinidade, e facilidade com que dominaria o corpo delicado de uma mulher.

Isso tudo vem a gerar uma misteriosa pretençao, de saber se é real, essa explendida perfeiçao.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Pensamentos suicidas.

Se a esperança me largasse, o suicidio seria certo
Se os meus sonhos não se realizarem, a morte é a esperança
Se você me deixar, a tristeza abalará meus sonhos.
Se a morte chegasse, eu viveria em você.
E quando a vida estivesse muito boa, sempre haveria a morte.

Na tua presença.

Diante daquele que eu amo, eu mudo, me transformo em algo irreconhecivel ate para meus próprios olhos
Fico muda, fico insana
O meu ser fica ambiguo
O sentimentos se fundem, sendo amor e ódio uma batida
Tornando tudo isso indiferente ao meu ser
Sendo assim, você, meu maior erro
Meu único momento humana.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

No noticiário.

Informe ao mundo, que o meu sentimento é maior que tudo
Que os meus olhos nao brilham na sua presença, e sim ficam opacos, por falta de atenção
Poste na internet que a minha maior platéia, são seus aplausos
Que o meu coração nao acelera quando te sente, ele quase para de tristeza e de saudade antecipada
Emita nas ondas do rádio que eu passarei o dia a escutar tua voz a proclamar minha dor em cançoes
Que o seu sussurro nao me enfeitiça, sim me deixa alerta para o perigo
E se eu te falar que nao te amo? que tudo é sintomas de um coração recentemente partido?
Não ligue, sou adepta a mentiras.

Visão interior. 2006

Ele sabe que tem que mudar
Que o mundo nao o admitirá assim
Só bons pensamentos e vontades instantâneas
Não adianta, nunca adiantaram
Cada qual sabe o que faz
Alias nem todos tomam conciencia
Não é culpa dele se o mundo é tao rigido
Mais é sua culpa, a falta de rigidez consigo mesmo
E se as pessoas mudarem?
Se ele se tornar normal perante os outros?
Será que mudará a visao e o conceito sobre si próprio?
Provavelmente não, não se muda o que acreditamos
Pode até qualificar esse ser, como membro ativo da sociedade
E como rei perante seus olhos
Que ele sempre será o mesmo insignificante.

Ah se ele soubesse.

Se ele soubesse que eu o quero desde o inicio da manha ate o final da vida, que quando eu choro é por ele que minhas lagrimas caem, que o bater do meu coraçao chama o nome dele, que quando eu chego bebada e com o lapiz borrado foi por ter passado a noite tentando esquece-lo da maneira errada, se ele apenas soubesse que eu pretendo contar tudo isso pra ele de uma maneira nada sutil, ele fugiria, esqueceria meu nome, e as madrugadas de amor que passamos juntos... Mais eu sou covarde, ele nunca saberá que é por causa dele que o meu travesseiro sempre esta encharcado de lágrimas.
Ele simplesmente não saberá.