quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A gaveta errada.

Eu sou forte, abro sorrisos ao acasos, digo eu te amo pros amigos mais intimos, pras minhas amigas eu GRITO: já passou!
Eu não amo mais, nao choro sua falta, nao derramo lágrimas deprimentes ao ouvir detalhes do Roberto Carlos... Claro que não!
Eu sou forte, eu tenho meu melhor amigo, o sol da minha vida como eu insisto em pensar, eu amo outro, claro...
Mudo de idéia muito fácil, todos sabem... E hoje apenas hoje, eu mudei novamente de idéia, me rendi a delicia de sofrer novamente.
Abri aquela gaveta, aquela gaveta que uma amiga me aconselhou guardar, ter como lembrança, pra um dia olhar para ela e sorrir de saudade dos bons momentos que passamos.
Hoje eu me julguei forte o suficiente para tal gesto, por fim, abri a gaveta... Lá estava a camisa, a foto, o papel de bombom, meus textos e poemas, minha fome de ser amada, toda ali, naquela gaveta de madeira. Ao abri-la, meu inconsciente projetou o teu cheiro, tua pele estranha e branca demais, o sorriso com dentes grandes demais, a pintinha ridiculamente colocada a lá Cindy Crawford.
Ah doce ilusao de poder, como que depois de tão pouco tempo eu me julguei forte o suficiente para tal ato de coragem, essa história de enganar meus amigos sobre como eu consegui superar, chegou a me convencer...
Por bem, lá estava as velhas e boas lembrancas, as lágrimas derramadas naquela blusa, nao por você ter me trocado, ainda nao...Lágrimas de saudades...
Agora, com as lágrimas de ódio, tristesa e solidão eu venho a pensar, como que tres dias me modificaram tanto, você nao era o cara mais bonito, nem o mais inteligente, muito menos o mais engraçado, por que tanta paixão, por que eu amei você entao?
Não tenho respostas, nunca vou ter... Porém de tão importante, você se tornou o segundo cara que mereceu um texto, o segundo que me deu inspiração o suficiente, deve ser algo, deve ser os dentes grandes demais, a bunda feminina, a voz engraçada, o jeito nada legal de se vestir, deve ser meu mal gosto, ou então eu só queria ser amada, e fui, foi isso que me conquistou.
Já pus pra fora o que tinha pra colocar, ja chorei no meio da rua movimentada, no avião, no onibus, no banheiro da escola, escondida no chuveiro, nos lugares em que passamos...Agora é a hora de voltar a me enganar, de voltar a dizer que eu amo meu melhor amigo, que eu sou feliz sozinha, que tequila é incrivelmente horrivel, e que eu odeio homens de bunda grande.
Pra falar a verdade, é tudo verdade! Meu cerebro um tanto quanto mais inteligente do que eu sonharia, passou a repudiar tudo que me lembra você, tequila me faz vomitar só de sentir o cheiro, bunda grande me da nojo, camisa preta nao combina mais comigo, e eu odeio elvis presley.
Afinal, eu tambem odeio você por destruir meus sonhos de princesa!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Acabou, acabou.

 Teve uma época que quando alguém me fazia sofrer, eu me despedaçava, implorava perdão, por algo que não tinha feito. Não sei o que houve, mas hoje sofro calada, quietinha, na minha.
 Acabou, acabou.
 Não adianta mais chorar, gritar, não adianta sonhar acordada com outra realidade, manter os pés no chão, acreditar que é forte, e esperar pra que outro alguém, me tire da realidade dura, me faça alçar voo, e quem sabe depois, cair de novo. Enfim.
Acabou!

Ah, suspiros!

Voltei a minha antiga realidade. Me apaixonei incondicionalmente, sem pensar nas consequências, simplesmente me entreguei. O tipo doce, meigo, fofo, que manda mensagem do nada, que diz eu te amo, que abre a porta do carro, fala obrigado a tudo, todas caem na cafonice inventada pelos símios que aparecem pela nossa frente.
 Ledo engano, tudo certo, tudo rosa. Mesmo não querendo crer em tudo, eu fui me entregando, fui ficando boba também, o ceticismo já não era o mesmo, eu ria a toa, chorava por saudades, começava a crer em cada doce ilusão que ele me oferecia.
 Claro, lógico, que não deu certo, meu casamento com a escrita é igual o da maioria dos outros escritores de gaveta, só funciona quando há decepção, tristeza, amargura.
 Uma noite de bebedeira qualquer, no meio da musica alta, do cheiro de cigarro, o pé dolorido pelo salto, a enorme vontade de voltar pra casa e ver uma comédia romântica, por fim, no meio de tudo isso eu descubro o quanto sou uma trouxa. Ah o paraíso pra quem já estar bêbada, uma ligação dentro do táxi, três litros de lágrimas, 4 copos de vodca depois e lá estou eu, sem rumo, sinto que irei aprontar, é da minha natureza, ninguém se importa mais, não tem pai e mãe pra prender, não tem sobriedade, são três da manha, e eu sou uma pessoa livre, livre de tudo, livre de amor novamente!